Safiras: uma nova fronteira na luta contra o cancro
"Investigadores do LIP exploram o potencial das safiras na deteção de radiação e no desenvolvimento de novas aplicações médicas e de segurança "
As safiras são apreciadas há séculos pela sua beleza, mas poderão também desempenhar um papel no tratamento de cancro e na deteção de radiação? Investigadores do LIP estão a transformar esta pedra preciosa num detetor altamente eficiente.
Um estudo conduzido por Cristiana Rodrigues, João Gentil e Luís Peralta, investigadores do grupo RADART do LIP, explora de que forma o corindo (Al2O3), conhecido vulgarmente como safira, pode ser modificado para atuar como um dosímetro passivo de alta precisão. Ao integrar carbono e magnésio na sua composição, os investigadores criaram um dispositivo capaz de medir a exposição à radiação de forma fiável e segura.
Este avanço poderá levar ao desenvolvimento de aplicações inovadoras no domínio da segurança pessoal e dos tratamentos médicos. Imagine um anel ou um colar de safira que, para além de ser um acessório, monitoriza em tempo real a radiação a que está exposto. Esta tecnologia tem implicações não só para uso individual, mas também para a melhoria das terapias contra o cancro, permitindo um controlo mais preciso da dose de radiação administrada.
Os investigadores do LIP continuam a desenvolver dosímetros passivos à base de safiras para aplicações em microdosimetria e radiobiologia. O objetivo é aperfeiçoar as técnicas de crescimento de cristais e aprofundar a compreensão das propriedades da safira, explorando o seu impacto em áreas como a física médica, a exploração espacial e outros setores que exigem medições rigorosas da radiação.
O estudo “Systematic study on the quality of flux-grown Al2O3 single crystals for dosimetry applications” foi publicado numa edição especial da revista Solid State Sciences. O artigo completo está disponível em:artigo